quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Este planeta não deveria existir

















Uma equipe internacional de pesquisadores descobriu um sistema planetário extremamente peculiar, onde um planeta gigante de gás morno e maciço está orbitando uma estrela incrivelmente rápida. De acordo com a física, este planeta não deveria existir. Mesmo assim, ele existe, não dando a mínima para o nosso limitado conhecimento.

Existem várias curiosidades sobre esta estrela, chamada HIP 65426, e seu planeta, HIP 65426b. A estrela é duas vezes maior do que o Sol e deve formar planetas mais maciços do que o HIP 65426b, que tem “apenas” entre seis e 12 vezes a massa de Júpiter. O planeta também está longe do que seria esperado – a distância é de quase 100 vezes a distância da Terra para o Sol. A estrela gira em torno de si 150 vezes mais rápido do que o nosso Sol e, embora tenha apenas 14 milhões de anos, não tem um disco de poeira ao seu redor.
“Nós esperamos que um sistema planetário tão jovem ainda tenha um disco de poeira, que possa aparecer nas observações”, afirmou o principal autor do estudo, Gael Chauvin, da Universidade de Grenoble e da Universidade do Chile. “HIP 65426 não tem um disco desse tipo conhecido por enquanto – uma primeira indicação de que este sistema não se encaixa perfeitamente nos nossos modelos clássicos de formação planetária”.

A pesquisa propõe uma explicação para o curioso sistema. O planeta pode ter se formado com um irmão muito mais próximo da estrela. O cabo de guerra gravitacional entre eles teria levado o HIP 65426b a migrar para longe e o outro planeta a ser descartado do sistema.
Esta é uma explicação interessante, mas qualquer coisa mais sólida exigirá observações e simulações adicionais. Uma coisa é certa: esse sistema fará com que nosso conhecimento sobre a formação planetária e os sistemas planetários evolua. Sabemos que os modelos são aproximações e essas exceções dizem onde precisamos procurar novas respostas.

A descoberta foi possível graças aos instrumentos SPHERE no Very Large Telescope no Observatório Paranal da ESO no Chile. O HIP 65426b é o primeiro planeta descoberto pela SPHERE e os pesquisadores conseguiram obter imagens diretas dele. Eles detectaram a presença de vapor de água e nuvens avermelhadas.

“As imagens diretas de exoplanetas ainda são muito raras, mas elas contêm uma riqueza de informações sobre planetas como HIP 65426b”, acrescentou o co-autor e “pai” do SPHERE, Thomas Henning, do Instituto Max Planck para astronomia. “A análise da luz direta do planeta nos permite restringir a composição da atmosfera com grande confiança”.
O HIP 65426b nos lembra que, embora as descobertas de exoplanetas sejam comuns, ainda há muito que não sabemos sobre sua formação. [I Fucking Love Science]

Micróbio descoberto nos EUA pode mudar busca por vida alienígena.























O micróbio Acidianus, descoberto no parque Yellowstone, nos Estados Unidos, vive nas águas termais ácidas e ricas em enxofre, alimentando-se apenas de produtos pobres em calorias (foto: Pixabay)


Biólogos americanos encontraram um micróbio muito incomum em fontes termais do famoso parque nacional de Yellowstone, localizado entre os estados de Wyoming, Montana e Idaho. O micro-organismo cresce quando há comida de baixo teor calórico e não se reproduz quando a alimentação possui elevado teor de calorias. Esta descoberta foi publicada na revista científica Nature Geoscience.
"Habitualmente, as grandes fontes de energia sustentam grande quantidade de micróbios e a comida 'ruim' não representa interesse para ninguém. Se verificou que, para o Acidianus, a situação é diferente", comenta o pesquisador Everett Shock, da Universidade do Estado do Arizona em Tempe, nos EUA.
Os lagos e fontes termais de Yellowstone são considerados alguns dos lugares mais estranhos da Terra, servindo de habitat para micro-organismos incomuns, capazes de viver em condições extremas – sob forte radiação, calor 'infernal', alimentando-se de enxofre e vivendo em ácidos.
O estudo de micróbios como o recém-descoebrto, segundo os cientistas americanos, ajudará a perceber quais são as chances de surgimento da vida fora da Terra e em que condições ela pode ocorrer. Vários desses organismos podem crescer e se reproduzir, por exemplo, nas camadas profundas do solo de Marte ou nas águas congeladas das luas de Saturno ou de Júpiter.
A razão pela qual esses micro-organismos preferem viver em condições de déficit de calorias, o cientistas Everett Shock e seus colegas não revelaram. Mas, os pesqusiadores supõem que isto possa estar ligado com a disponibilidade da comida. O hidrogênio e o enxofre, dos quais o Acidianus se alimenta, são mais comuns em Yellowstone do que outros compostos mais ricos em energia. Assim, os micróbios, que se acostumaram com esse tipo de alimento, estão protegidos da fome, caso não haja outra comida disponível.
A descoberta de que nem todos os seres vivos na Terra se alimentam de produtos ricos em calorias pode mudar nossa percepção sobre a vida extraterrestre, mudando o foco das buscas.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

O que diz a teoria premiada que prova a existência de Deus através da ciência?

Apesar de geralmente caminharem em lados opostos, religião e ciência podem eventualmente dialogar e encontrar meios de convergência. Pelo menos é o que acredita Michael Heller, padre e cosmólogo polonês que apresentou uma teoria que prova, através da ciência, a existência de Deus.



  
  


Teoria afirma que Deus criou o Bing Bang.














A tese, contemplada pelo Templeton, o mais cobiçado prêmio da comunidade científica, é baseada em estudos de teoria geral da relatividade, mecânica quântica e geometria não-cumulativa e liga todos esses pontos a uma “raiz de todas as possíveis causas” que, segundo Heller, seria Deus.

O polonês sustenta sua obra, denominada de “Teologia da Ciência”, partindo da lógica de que uma coisa origina a outra. Ele afirma que o Big Bang foi, na verdade, uma criação de Deus, contrariando a teoria defendida por Edwin Hubble em 1929 - e até hoje aceita pela comunidade científica - de que a explosão que deu origem a tudo que conhecemos seria um fenômeno de expansão do universo ocorrido há 14 bilhões de anos.


 











 Até hoje os cientistas não foram capazes de explicar o que originou o Big Bang e a base dos estudos de Heller analisa justamente o período que os pesquisadores menos conhecem da origem do universo: o que teria acontecido antes da grande explosão.

As pesquisas do polonês podem indicar mais um passo para diminuir a distância entre religião e ciência. Afinal, em um recente comunicado direcionado aos acadêmicos da Pontifícia Academia das Ciências, o próprio Papa Francisco afirmou que a Teoria do Big Bang é real, não contradiz o Cristianismo e que a criação do Universo deriva de um princípio supremo, e não de uma simples obra do caos.